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terça-feira, 1 de março de 2011

Meia Maratona de Buenos Aires 2010

      Minha confiança para este novo desafio estava nas alturas, sabia que estava indo para Buenos Aires fazer a prova sub duas horas e estrear muito bem na Meia Maratona de Buenos Aires, ou seja, nos 21,1 km (21 097,5 metros). Sonhava demais com esse feito, era meu objetivo, sabia que era possível, estava bem treinado e focado nessa prova. Fiz uma boa preparação, fiz bons ciclos de treinamentos para que isso se tornasse possível. Consegui alguns resultados expressivos nos 10km e nas 10 milhas na temporada, enfim, estava praticamente pronto e muito confiante! Só tinha uma coisa que poderia derrubar esse sonho: uma pequena dor na lateral do meu joelho direito. Não vou negar que essa dor me preocupava um pouco, porém resolvi abstrair e continuei  sonhando em cruzar a linha de chegada abaixo de duas horas. De uma forma ou de outra já me consideraria um vitorioso, apenas em cruzar a linha de chegada, pois havia menos de um ano que tinha retornado aos treinos e as corridas de rua , após longos anos de afastamento, por motivos diversos.
      Faltava menos de um mês para o dia D, as dores no meu joelho direito persistiam e por prudência, resolvi fazer um repouso ativo, dando ênfase ao trabalho na piscina e fortalecimento de MMII na musculação.
      Os dias passavam rápido demais e Buenos Aires estava cada dia mais próximo.O friozinho na barriga era inevitável. Quando comecei a arrumar a minha mala na véspera do voo, passou  o filme na minha cabeça de tudo que fiz  e passei para realizar esse sonho:os longões exaustivos, os treinos intervalados, os tiros, as subidas, sol, chuva, vento, o medo de viajar de avião, e o pior, estava indo viajar sozinho, só com a cara, coragem  e a confiança na bagagem.
      Enfim, chegou o dia da partida rumo ao meu grande desafio. A viagem do Rio de Janeiro até ao Aeroporto  Internacional de Ezeiza Buenos Aires foi bem tranquila, com duração de aproximadamente 3h15min. O tempo em Buenos Aires estava chuvoso e fazia frio, 11º era a temperatura. A previsão para o dia da corrida era  de 3º! Informação passada pelo taxista dos brasileiros, Marcelo Bautista, que já estava a minha espera, conforme o combinado via e-mail. Com seu portunhol de fácil entendimento e seu carisma, me senti em casa, parecia estar no táxi do meu pai no Rio de Janeiro. No sábado, dia de retirar o kit da corrida conheci uma galerinha de corredores brasileiros, que fazem grande sucesso na internet os Twitteresrun. Conheci alguns dos meus amigos até então virtuais: @correguto, @Blogdojoca,@supercesinha,@RunTucunduva @RunMontoro, @xilita,@patgomes1 @MSMarcosAlmeida e  também atleta e repórter da revista Contra Relógio e do Blogger da Nike, @fparadizo que estava em Buenos Aires para cobrir o evento.
      Faltavam menos de 24 h para a largada,  o grande dia estava cada vez mais próximo, já não controlava mais a ansiedade. No domingo, dia "D", acordei às 5h, tomei meu café no hotel e fiquei aguardando o taxista me levar até a largada. A temperatura estava em torno de 7 º , ótimo para quebrar recordes pessoais. Chip no tênis, número no peito, quase 10 mil pessoas na largada, cada corredor com seus objetivos particulares e suas estratégias traçadas. Dada a largada, agora era colocar em prática toda estratégia elaborada para essa prova. Tudo estava perfeito, boa organização, linda paisagem, muita água, isotônicos e frutas durante todo o percurso. Meu objetivo de completar a prova sub duas horas estava cada vez mais próximo, aproveitei cada quilômetro do meu desafio sem tirar o olho do relógio. Passei pelo 16km com tempo abaixo do que havia feito nas 10 milhas Mizuno, etapa Rio de Janeiro. Era fato, iria cruzar a linha de chegada com o tempo entre 1h 49 min a 1h 53min. O objetivo traçado seria sacramentado se não fosse o meu joelho direito travar  no 18 km a ponto de ter de abandonar a prova e os 6 meses de preparação para realização desse sonho. As dores na lateral do joelho impediam a sequência das minhas passadas,  abandonar a corrida era fato. As lágrimas já desciam dos olhos, mal conseguia andar, quando uma corredora brasileira passa ao meu lado e me dá um tapinha  nas costas, a metade de uma banana e me chamou para voltar para corrida: "Vamos, falta pouco". Pronto, foi como tivesse tomado um analgésico local. Resolvi seguir adiante mesmo com  dores no joelho. Foram os 3km mais longos que já fiz em minha vida,um tempo de 27 minutos. Foi com muito sacrifício que cruzei a linha de chegada em 2h02 min. Choro de alegria por concluir a Meia Maratona de Buenos Aires, pela dor no joelho, felicidade, superação, enfim, o tempo já não tinha nenhuma importância. A medalha já estava pendurada no meu pescoço, isotônico na mão e eu já pensando em #MeiaBsAs2011.



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